"Uma pessoa assim tem que ficar presa", disse Elmano sobre soltura do motorista que estuprou mulher em Fortaleza
Governador discordou de decisão que concedeu liberdade ao homem após condenação por estupro
O governador Elmano de Freitas (PT) discordou da decisão que concedeu liberdade ao motorista de aplicativo Edilson Florêncio da Conceição, 48. O homem foi condenado pelo estupro de uma mulher de 27 anos em Fortaleza.
“Respeito a decisão de qualquer magistrado, mas também tenho o direito de discordar e divergir. Eu acho que nós temos ainda muito o que caminhar para compreender que uma pessoa assim tem que ficar presa. E olha que ele foi preso em flagrante”, disse durante evento do programa Meu Celular na manhã desta sexta-feira, 13.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
LEIA | Após condenado por estupro ser solto, deputados cearenses propõem punições mais severas
O homem foi colocado em liberdade pela Justiça do Ceará poucos dias após a sentença. Edilson foi condenado a cumprir oito anos de reclusão por crime de estupro e dois meses por crime de resistência no momento em que foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Ceará (PMCE).
O POVO opta por não divulgar o nome da vítima para preservá-la.
A decisão da Justiça foi fundamentada por sua primariedade e “bons antecedentes”. “Concedo ao réu o direito de recorrer em liberdade, em razão da sua primariedade e bons antecedentes”, decidiu a juíza Adriana Aguiar Guimarães.
Após a soltura, a mulher de 27 anos se manifestou por meio das redes sociais. Essa foi a sua primeira aparição falando abertamente do episódio desde o crime, que ocorreu em fevereiro de 2025, após festa de Pré-Carnaval.
Associação de Magistrados defende juíza
A Associação Cearense de Magistrados (ACM) veio a público defender a juíza que autorizou a soltura do motorista e lutador que estuprou uma mulher em Fortaleza. A entidade afirmou que a magistrada aplicou a pena conforme determina a lei e não em uma escolha pessoal.
A ACM também criticou os ataques sofridos pela juíza, após a vítima do caso manifestar sua indignação com a sentença nas redes sociais.
A Associação diz que as críticas tentam manchar a imagem e o trabalho da magistrada, enquanto representante do Poder Judiciário. Segundo eles, a decisão “trata-se de uma atuação pautada na rigorosa aplicação das leis e na interpretação delas, estabelecidas em precedentes dos tribunais, de modo a garantir a imparcialidade e a legalidade do julgamento”, explicou a entidade.
A ACM esclareceu que juízes e juízas têm que prescrever sentenças seguindo a lei, “não podendo o aplicador das normas legais fugir a tais critérios, sob pena, inclusive, de responsabilização funcional por descumprimento à legislação aplicável”.
Com informações da repórter Mirla Nobre